Saturday, November 9, 2019

Stara Zagora

As árvores não têm pudor na sua nudez
porque se despem para o solo agasalhar
quando neste roça o vento frio.

Na sua amarelada tez,
despem-se à beira-mar,
despem-se à beira-rio.

Todas, sim, de tronco duro,
de peito à mostra e fruto rijo -
mas não as censuro,
não as corrijo.

Despem-se lentas, mas sem sedução,
folha a folha, sem rodeios;
e porque as plantas não têm visão,
não têm medo de olhares alheios.

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