Saturday, November 16, 2019

Maria da Inocência

Vem, pobre inocente,
deixa-me que te mostre
o outro lado do mundo.

Dá um passo em frente,
fecha os teus olhos
só um segundo.

Vem, mulher de virtude,
descontrai a face,
entreabre a boca.

Sim, faz bem à saúde,
não ficarás débil,
talvez de voz rouca.

Vem, rapariga monge,
larga a minha mão
mas não pares, não.

Esses tambores ao longe
são só o bater
do teu coração.

Vem, minha descarada,
deixa-me que te mostre
o outro lado do mundo.

Vês, não custou nada,
e juntos chegámos
bem até ao fundo.

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