Porque és espelho e tão menina,
as tuas lágrimas renascem
em gotas de Vortioxetina
de que os meus lábios carecem.
E a Matemática que há entre nós
é só um vento, uma ilusão,
choque em cadeia de dominós,
o lado escuro de uma equação.
Porque roubar é pecado,
levo de ti o que te dei
e volto de mãos cheias.
De pensamento pacificado,
vou aprender a ser rei
do meu castelo sem ameias.
Monday, May 25, 2020
Saturday, May 23, 2020
Asas que não voam
Asas que não voam definham,
crescem para dentro,
espetam-se no ser.
Se as asas não voam,
ou o tecido é ruim,
ou estão rasgadas,
ou a ave é pesada.
E se a ave saltar
de uma torre
de comunicação?
Desfalcar-se-á o bando,
mas continuará ainda
com mais ou menos asa,
mais ou menos completo.
E quem a lá colocou
não terá o direito
a por ela chorar.
crescem para dentro,
espetam-se no ser.
Se as asas não voam,
ou o tecido é ruim,
ou estão rasgadas,
ou a ave é pesada.
E se a ave saltar
de uma torre
de comunicação?
Desfalcar-se-á o bando,
mas continuará ainda
com mais ou menos asa,
mais ou menos completo.
E quem a lá colocou
não terá o direito
a por ela chorar.
Saturday, May 9, 2020
Cordão Umbilical
O tempo passará, quer eu queira, quer não;
o passado já foi, os futuros virão.
Na verdade, não todos; os futuros convergem,
intercalam-se, intersectam-se, são sugestões de viagem.
Entre não ter passado e não ter futuro,
mais vale largar mão do primeiro,
deitar abaixo o sólido muro
que me separa do meu Eu inteiro.
Não interpretem mal o que vos digo,
o passado, na verdade, não se apaga,
apenas fica do outro lado da estrada.
O passado é tal e qual um umbigo:
o de uns é visível, o de outros não,
e lembra as origens do nosso embrião.
o passado já foi, os futuros virão.
Na verdade, não todos; os futuros convergem,
intercalam-se, intersectam-se, são sugestões de viagem.
Entre não ter passado e não ter futuro,
mais vale largar mão do primeiro,
deitar abaixo o sólido muro
que me separa do meu Eu inteiro.
Não interpretem mal o que vos digo,
o passado, na verdade, não se apaga,
apenas fica do outro lado da estrada.
O passado é tal e qual um umbigo:
o de uns é visível, o de outros não,
e lembra as origens do nosso embrião.
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